A FORMAÇÃO DO DOCENTE


 
No contexto  da  educação  superior é possível perceber que cada vez mais alunos universitários com Necessidades Educacionais Especiais  estão sendo formados ou mesmo  estão  cursando  a universidade,  no  entanto, a maioria  dos  educadores  não  estão  preparados  para  desenvolver  atividades  acadêmicas para jovens e adultos com Necessidades Educacionais Especiais.
            Porém, para atender a esse novo público que está chegando às universidades, no que diz respeito à formação do docente é preciso proporcionar a eles possibilidades de identificar e atender as diversidades em sala de aula.
Ao abordar a formação do docente dentro da Educação Inclusiva no ensino superior, devemos nos atentar para a seguinte questão: no caso de alunos surdos no ensino superior como preparar os docentes para interagir com o aluno surdo, se essa interação só acontece por meio de um intérprete?
A maioria dos professores recebe uma formação generalista, ou seja, são preparados para trabalhar com “os conhecimentos sobre o desenvolvimento organizacional, currículo, ensino, suas concepções e práticas pedagógicas, bem com as condições de profissionalização” (LEÃO, 2004, p. 31)[1]. Esses docentes apenas adquirem conhecimento e práticas sobre o alunado diversificado.
Outro tipo de formação de professores é a formação de especialistas, esses professores sim recebem formação para atender alunos com Necessidades Educacionais Especiais, pois a formação desses docentes se encaminha para trabalhar os conhecimentos mais específicos das Necessidades Educacionais Especiais no que se refere às diferenças. Mas, quando se fala em formação do docente acreditamos que a Educação Inclusiva requer formação comum a todos os docentes, é necessário  e “importante a  capacitação de todos aos professores do que a preparação de especialistas” (LEÃO, 2004, p. 31).
Quando se fala na formação do docente estamos falando em mudanças nas práticas educativas, em reconstrução das práticas educativas que possam atender a todo o alunado seja ele ou não Portador de Necessidades Educacionais Especiais.
O professor universitário,  tem uma visão diferenciada sobre o processo de ensino-aprendizagem, mas por mais formação profissional que tenham, não estão preparados para trabalhar com os  Portadores de Necessidades Educacionais Especiais, ou seja, se o professor tiver em sala um aluno surdo ele não conseguirá  interagir com esse aluno sem um intérprete, ele precisa desse apoio e o aluno também.  Ou seja, os professores universitários são especialistas, doutores, sabem identificar as diversidades, mas não por mais que digam que estão preparados, não estão.
Enfim, a formação do docente precisa rever o modo de pensar e de fazer educação nas salas de aula, de contextualizar o conhecimento, de planejar e de avaliar o ensino e de formar e aperfeiçoar o professor, especialmente os que atuam no ensino não só na educação infantil, no ensino fundamental, mas no superior também; reconhecendo as diferenças, a multiplicidade dos saberes e das condições sobre as quais o conhecimento é aplicado e de transitar por novos caminhos, estabelecendo teias de relações entre o que se conhece e o que se há de conhecer, nos encontros e nas infinitas combinações desses conteúdos disciplinares.


[1] LEÃO, A. M. C. O processo de Inclusão: a formação do professor e sua perspectiva quanto ao desempenho acadêmico do aluno surdo. São Carlos – UFSCar, 2004

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